sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

“Vem ser feliz”

“Vem ser feliz” é o que uma cadeia de lojas diz em seus comerciais.  O apresentador de tevê pergunta: “Quem quer dinheiro?” E a peça publicitária de uma operadora de cartão de crédito afirma: “Não tem preço”.

As pessoas se perderam em sua busca desesperada pela felicidade. Isso porque a procuram nos bens materiais, no dinheiro. Não foi por menos que o apóstolo Paulo disse: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores”. Mais claro impossível. Buscar a felicidade “não tem preço”; por isso, não importa o que se faz para pagá-lo.

Hoje o que importa é ter. Não faço parte do coro dos marxistas do “o importante é ser; não ter”, mas as pessoas ainda procuram ser por meio do ter um Armani, tecnologia Android, um Dolce & Gabbana, um Porsche, um Patek Philippe, um IPhone 4s com chip dual core A5. As marcas são mais importantes do que o caráter e a honestidade, são mais importantes do que simplesmente ser. Esquecemos de que os canalhas, ladrões, corruptos enriquecem.

Talvez por não se conseguir êxito nessa tentativa ilusória do ser por meio do ter os homens correm como loucos, cada vez mais, atrás de sua própria ilusão do “vem ser feliz” consumindo. E a maioria das vezes consumindo pessoas; o próximo.

Mas Paulo continua sua frase: “mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão”. Difícil fugir dos sistemas políticos-ideológicos e, até mesmo, dos religiosos. A Reforma Protestante fugiu, entre outras, da venda de indulgências, que era o perdão católico dos pecados por meio da transação financeira e boas obras, contrariando Paulo: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não vem das obras, para que ninguém se glorie”. A Reforma retornou à graça divina, ou seja, o perdão dos pecados é por meio da graça de Deus somente. Mas veja hoje o que algumas igrejas “evangélicas” fazem. Vendem de tudo.

Não há problema em ser rico e consumir. O problema está em como você ganhou seu dinheiro e o que faz com ele. Ganhou de forma legal? Às vezes nem sempre o que é legal é moral. Se ganhou de forma honesta vá em frente! Mas seu dinheiro serve apenas para você? Ajuda as pessoas? Faz o mundo dos miseráveis se tornar o tão falado “mundo novo possível”?

Por isso que Jesus ordenou: “Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes”. Não há como amar a Deus sem amar o próximo. “Não podeis servir a Deus e às riquezas”, disse o Mestre. Cristo é a nossa esperança de felicidade. Nele nos encontramos no outro e em Deus.

 “Vem ser feliz!” com Cristo! Ser feliz com Jesus, que morreu por nós na cruz e ressuscitou, “não tem preço”...

André Arruda Plácido - apjornalista@gmail.com - Relações Públicas, Jornalista e Teólogo. Especialista em Comunicação e Liderança em Missões Mundiais pelo Haggai Institute de Cingapura. www.andrearrudaplacido.blogspot.com – www.fotologue.jp/andrearrudaplacido