terça-feira, 2 de julho de 2013

POR QUE DEVEMOS ACEITAR A CRISTO?





Fui surpreendido essa semana por uma publicação de uma igreja. Chamou-me muito a atenção por citar versículos da Bíblia para acusar pastores protestantes - e a palavra pastores entre aspas - de apresentarem Jesus como “produto de feira”. São duas imagens de pregadores dizendo: “Quem quer aceitar Jesus!?” e “Quem quer Jesus!?”.

O absurdo da acusação é o de que “essa forma apelativa é uma invenção de John Wesley, e é contrária às escrituras”. E citando a “Bíblia Protestante” - a diferença entre a ‘protestante’ e a ‘outra’ são os livros apócrifos desta, pois a tradução é a mesma daquela - cita Romanos 15:7: “portanto, aceitem-se uns aos outros como também Cristo nos aceitou para a glória de Deus”, e que “essa apelação (de apresentar Cristo como “produto de feira”) é uma forma de roubar a glória do Senhor no poder de escolha e transfere esse poder para o público”.

“Roubar” é um verbo forte! Até mesmo porque os santinhos do pau oco são figuras famosas na História do Brasil - Colônia, quando nossas riquezas eram levadas para fora do país e governadores, funcionários e clérigos, revoltados com a cobrança do “Quinto” – sobre todos os metais preciosos garimpados no país –, burlavam a fiscalização da Coroa utilizando santos ocos de madeira nos quais contrabandeavam pedras preciosas e ouro rumo à Europa. Na linguagem de Cristo aos religiosos isto seria atitude de “sepulcros caiados”; santidade exteriorizada e podridão internalizada. Fato histórico conhecido.

Ao final da acusação é citado João 15:16: “Não escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós”. Perfeito! Tanto é que um pouco antes, em João 3:16 as Bíblias - tanto a ‘protestante’ quanto a ‘outra’, já que o evangelho de João não é apócrifo -, declaram: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” Partiu sim, de Deus, nos amar primeiro e dar seu único filho, Jesus Cristo, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna com Deus.

Mas por que Deus teve de amar primeiro e dar seu filho Jesus? No capítulo 3 do livro de Romanos, versos 23 e 24 o apóstolo Paulo avisa: “Todos pecaram e estão separados da glória de Deus. Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.” A redenção está apenas em Cristo! E é de graça!

Mas por que Paulo faz essa afirmação? Porque homem foi afastado de Deus pelo pecado de Adão, como vemos em Romanos 5: 12: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram.” No mesmo capítulo 5, versos 18 e 19, Paulo dá a boa notícia: “Portanto, assim como por uma só ofensa (desobediência de Adão) veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça (morte e ressurreição de Cristo em obediência ao Pai) veio a graça sobre todos os homens para justificação e vida. Porque, assim como pela desobediência de um só homem muitos foram constituídos pecadores, assim também pela obediência de um muitos serão constituídos justos.” O presente de Deus, Jesus Cristo, de João 3:16 se manifestou para justificação e vida. Todos pecaram! Todos estão separados de Deus até que se reconciliem com Ele por meio de Jesus Cristo! Perceba que Paulo diz que “muitos serão constituídos justos”, ou seja, nem todos vão aceitar Cristo como Senhor e Salvador.

A Bíblia nos mostra o homem tentando, por meio da religião, voltar-se a Deus por seus esforços e tentativas, regras, dogmas, tradições, crendices, amuletos, consulta a espíritos, indulgências, adivinhações, rezas, oferendas etc., mas nunca conseguia. Religião, segundo o Etymology Dictionary, da palavra anglo-francesa religiun, do latim religionem, é o “respeito pelo que é sagrado, reverência pelos deuses”, e de acordo com Cícero vem da palavra relegere, “re = outra vez, legere = ler”, e que também se conecta a religare, “a noção de laço entre humanos e deuses”. Religião não salva ninguém; Cristo é o redentor da humanidade. Jesus Cristo é práxis, estilo de vida; não religião humana.

Para se religar ao homem pecador Deus escolhe o povo de Israel para levar sua palavra e salvação ao mundo. Enquanto no Antigo Testamento Deus envia profetas, líderes, reis, a fim de curar, cuidar e até castigar seu povo, vemos que no Novo Testamento Deus já não envia representantes, mas vem em pessoa! Por meio de Jesus Cristo! Jesus é a nossa única ligação com o Pai, como escrito em João 14:6: “Disse Jesus: eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim.”

Mas em João 1: 11 a Bíblia declara: “(Jesus) veio para o que era seu, e os seus não o receberam.” E aqui vemos mais uma vez o amor de Deus pelo ser humano porque no verso 12 descobrimos que: “mas, a todos quantos o receberam (Jesus), aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.” É necessário receber a Cristo para se tornar filho de Deus; até então somos criaturas caídas e separadas de Deus pelo pecado de Adão.

Retornando ao capítulo 3 de João, agora nos versos 17 e 18, as duas Bíblias declaram: “Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” O texto é claro! “Quem nele crê”. E a palavra “crê”, no original grego, é a ideia de “se entregar aos cuidados”, “pôr a confiança em Cristo”, “ter fé na pessoa de Cristo” e é a respeito dessa fé que o apóstolo Paulo declara em Efésios 2: 8: “pela graça sois salvos, por meio da fé”, e em Romanos 10: 9 e 10: “Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo; pois é com o coração que se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação.”

Paulo fala a respeito do filho que Deus nos enviou por nos ter amado primeiro. Mas assim como houve o primeiro passo dado por Deus em nossa direção, deve haver o nosso passo em direção a Deus. Constrangidos pelo amor de Deus e convencidos pelo Espírito Santo aceitamos a Cristo como nosso Senhor e Salvador, pois se não crermos já estamos condenados. Temos o livre arbítrio; a decisão também é nossa!

Aceitar a Cristo, como explica Paulo, faz parte do nosso passo em direção ao presente de Deus para nós: cremos, temos fé em Jesus e, por isso, pela graça somos salvos por meio da fé e da confissão. Não precisamos fazer mais nada. Apenas aceitar Jesus. Deus já fez tudo ao nos dar, por amor, seu filho Jesus, de graça, sem pagamento, sem penitência, sem sacrifício, apenas cremos, por meio da fé, confessamos e somos salvos. Aleluia!

Perguntar a alguém se ele aceita Cristo não é fazer de Jesus um “produto de feira”, mas sim, explicar a quem você leva a boa notícia (evangelho) da salvação que há em Cristo, quem é o Jesus salvador da Bíblia, o que ele já fez por essa pessoa e, depois disso, perguntar se ela aceita ou não. Muitos não aceitam e já estão condenados, mas muitos já o aceitaram, foi lhes dado o poder de serem feitos filhos de Deus e já têm vida eterna com Deus. “Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, porém, desobedece ao Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (João 3:36).

E você, aceita Jesus como seu Senhor e Salvador?

André Arruda Plácido é professor graduado em Relações Públicas, Jornalismo, Teologia e especialista em Comunicação e Liderança em Missões Mundiais pelo Haggai Institute de Cingapura. apjornalista@gmail.co - andrearrudaplacido.blogspot.com.br  -  fotologue.jp/andrearrudaplacido

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