Às vezes sinto vergonha de ser protestante. Por causa de Cristo? Nunca! Por causa dos homens, mesmo...
A Reforma foi um movimento sem igual na História da humanidade: o ato de protestar contra a Igreja Católica Romana e seus desmandos, politicagem, seus desvios da Palavra de Deus e levar a Bíblia - por meio da brilhante invenção de Gutemberg - e seus ensinamentos - não os dogmas católicos - ao povo, ao aflito, ao necessitado.
Cristo volta a ser o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o verbo que se fez carne, o único e suficiente senhor e salvador do homem desviado de seus planos de vida eterna por causa do pecado, da desobediência. Cristo volta a ser o único mediador entre Deus e os homens. Não são mais as indulgências, o Purgatório, o tilintar da moeda de Tetzel, as fogueiras da Santa Inquisição, o doentio Torquemada e seus lunáticos seguidores, mas Cristo, a fé, a graça e a escritura. Amém!
Mas os protestantes ainda têm muito a caminhar pela estrada aberta pelos reformadores Huss, Calvino, Lutero. É que sua maioria ainda alimenta aquela ideiazinha de que "política é coisa do capeta".
Coisa do capeta é o avião, a internet, a própria igreja, o conhecimento e muitas outras coisas que, se utilizadas de forma incorreta, são instrumentos nas mãos de Satanás. Não foi assim com a Santa Inquisição?
O homem e a mulher de Deus precisam assumir suas responsabilidades não apenas no plano espiritual - que, como disse Paulo, são eternas - mas, também, no plano material.
A política anda do jeito que o diabo gosta apenas pelo simples fato de que os filhos das trevas, muito, mas muito mais prudentes que os filhos da luz - como já observou Jesus - esquivam-se de suas responsabilidades com o próximo, com o oprimido, com o marginalizado e com aquele que não é nada disso também. (Ah!, e pode tirar da sua cabeça a idéia da Teologia da Libertação de que Jesus veio para os pobres; Ele veio para todos: "Todos pecaram e distituídos estão da glória de Deus", diz a Bíblia). Ou as leis - mediante as quais devemos pautar nossa vida sob a condição de sermos penalizados se as desobedecermos - e os governantes - de quem devemos obediência, respeito e submissão - não devem ser pertencentes à luz? A Cristo? Ou a "geração santa", "povo escolhido", aquele que deve ser "cabeça", vai ser eternamente capacho de pilantras do inferno? Até quando os filhos das trevas vão ditar as "leis injustas" que prejudicam o "órfão e a viúva"? Até quando vamos apenas lamentar a corrupção?
Deus vai cobrar de nós, protestantes, que conhecemos a Cristo e temos o dever de, com Seu caráter e santidade, tomar as rédias da História.
Apenas o homem que vive no foco da luz de Cristo poderá olhar com piedade e amor ao próximo, e fazer com que os governos realmente governem para o povo.
Não caia no pecado do comodismo, da preguiça e da omissão de ficar dizendo por aí que política é coisa do chifrudo...
Pense nisso.
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