sexta-feira, 23 de outubro de 2009

UM PAÍS DE TOLOS


Governo traça plano para neutralizar CPI do MST no Congresso

da Folha de S.Paulo, em Brasília

Depois de fracassarem na tentativa de arquivar a CPI que investigará as contas do MST, líderes petistas na Câmara e no Senado irão agora discutir uma estratégia para que o andamento da comissão não respingue no governo em 2010.

Os petistas analisam duas opções: instalar logo a CPI para que ela termine antes do início da campanha ou postergar a escolha dos integrantes para que, em meio ao período eleitoral, a comissão fique esvaziada.

A decisão da estratégia será repassada aos demais líderes da base aliada, que devem indicar os titulares da comissão: 17 deputados e 17 senadores.

A comissão foi criada no início da madrugada de ontem, quando a base aliada não conseguiu retirar um número suficiente de assinaturas do requerimento da comissão. O mínimo exigido era de 27 senadores e 171 deputados --a oposição reuniu o apoio de 210 deputados e 36 senadores.

A oposição afirma que as invasões de terra promovidas pelo movimento são financiadas pelo governo federal, por meio de repasses a entidades ligadas aos sem-terra.

Um trunfo da base aliada é a possibilidade de indicar o presidente e o relator da comissão, o que permite a ela medir o ritmo das investigações. "Temos de fazer uso dessa maioria", disse o deputado Dr. Rosinha (PT-PR). Por outro lado, o PT sabe que, em meio à base aliada, há integrantes da bancada ruralista (anti-MST). Ou seja, mesmo que a CPI tenha a oposição em minoria, os ruralistas podem dominá-la.

Agronegócio

Outra ideia dos petistas é usar o foco da CPI -investigar entidades do meio rural e não apenas o MST-, para investigar as contas de entidades ligadas ao agronegócio, como a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

Para que a CPI seja instalada e entre em funcionamento, os líderes dos partidos precisam indicar seus integrantes. Não há um prazo fixo para isso.

Ontem, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse que, diante de uma eventual demora nesse procedimento, "no prazo de algumas semanas, nós mesmos faremos as indicações, seguindo a orientação dada pelo Supremo Tribunal Federal".

Para o MST, a CPI é uma reação dos ruralistas à promessa do presidente Lula de atualizar os índices de produtividade usados na desapropriação de áreas para a reforma agrária.

"Não é possível que essas organizações criminosas recebam apoio e verbas publicas do governo", disse o presidente nacional da UDR (União Democrática Ruralista), Luiz Antonio Nabhan Garcia.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u642163.shtml

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