Recebi e-mail da “Missionária Capelã Elisabete, a serviço do Reino” dizendo: “a ação do Partido Republicano Brasileiro (PRB) foi primordial para o fim da campanha (do kit anti-homofobia) do MEC”. Isso segundo o site R7 da Record. PRB é o partido do senador Marcelo Crivella. Para bom entendedor um F e um risco é Francisco. Dilma é quase “vítima” e, preocupada com a moral e os bons costumes, “viu e não gostou. Achou que não era propício, achou o material inadequado”. Uau!
Dia 24/05, Folha de S. Paulo: “bancada evangélica anunciou que vai trabalhar pela convocação do ministro Antonio Palocci para explicar no Congresso seu aumento patrimonial por 20 nos últimos quatro anos. O motivo da rebelião evangélica é o kit anti-homofobia, com vídeos sobre transexualidade, bissexualidade e lésbicas que poderá ser enviado às escolas públicas”. O ministro da Educação Fernando Haddad ainda teria quebrado sua palavra quando “decidiu distribuir o kit sem consultar os deputados evangélicos e católicos como prometido”.
Dia 25, Folha, sobre reunião entre o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República Gilberto de Carvalho e a bancada: “o grupo de parlamentares chegou a ameaçar o governo com obstrução da pauta no Congresso, colaborar com assinaturas para convocar o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) a se explicar sobre sua evolução patrimonial e propor uma CPI para investigar o MEC.” Depois disso, Carvalho declara: “recebemos a bancada e decidimos que está suspensa a produção de material”, pois “o governo achou prudente não editar o material”.
Em seguida, na Folha: “segundo o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), um dos impulsores da campanha de Dilma entre os evangélicos, o voto contra o governo virou “decisão de foro íntimo” para os cerca de 280 deputados federais evangélicos e católicos. O afrouxamento na posição dos religiosos quanto à necessidade de Palocci se explicar aconteceu depois que a presidente Dilma Rousseff (PT) suspendeu a distribuição kit anti-homofobia. Feliciano admitiu que Palocci estava na mira dos religiosos como uma “moeda de troca”. “Naquele momento, todos nós, evangélicos e católicos, tínhamos uma posição firmada sobre isso”. “Agora, é uma decisão de foro íntimo. Se tivermos de assinar a convocação de Palocci, cada deputado decidirá conforme sua consciência”.
Disse Jesus: “eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos. Portanto, sede prudentes como as serpentes e símplices como as pombas” Não duvido da boa intenção da missionária. Mas ser simples não é ser alienado, desinformado, massa de manobra política. É triste ver as bancadas evangélica e católica agirem assim. Sou contra o kit, mas calar a respeito do suposto enriquecimento ilícito de Palocci é atitude de serpente; não de pomba. Buscar seus próprios interesses ou apenas de um grupo religioso em detrimento de um País pelas madrugadas de lua cheia é muito perigoso. Se Lutero fosse vivo...
E pensar que Cristo foi traído por apenas 30 moedas.
André Arruda Plácido - Relações Públicas, Jornalista e Teólogo. Especialista em Comunicação e Liderança em Missões Mundiais pelo Haggai Institute de Cingapura.
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