terça-feira, 24 de março de 2009

TRABALHANDO PELO BRASIL

Senadora Ideli Salvati (PT - SC), a qual, segundo Collor, "cisca pra dentro".

Senador Demóstenes Torres (DEM - GO)


Um comentário:

Anônimo disse...

Somos Éticos?


Existe alguém ético? Somos éticos? Quem é ético? Eu, tu, nós, somos éticos? O que é ser ético?

Num momento em que a política nacional apresenta um quadro sombrio, em razão de inúmeros fatos ligados à corrupção, compra de votos, inversão de valores e outros casos de imoralidade administrativa, devemos nos perguntar: somos éticos? Quem é ético?

Não sejamos hipócritas, todos nós praticamos atos sem ética, com moralidade duvidosa e, não raro, praticamos até pequenos crimes.

Segundo palavras sábias de um bispo, somos, em verdade, pequenos criminosos (crédito a Dom Antônio Cheuiche).

Sim, não somos flor-que-se-cheire. Todos estamos no banco dos réus. Todos praticamos, infelizmente, o mal. Portanto, todos, somos anti-éticos. Por mais escândalo que nos traga essa afirmação, a verdade dessa assertiva é induvidosa.

Quem na vida não furtou, difamou ou não ameaçou?

Para questão de análise do tema, fizemos várias vezes essa pergunta em aula. Em todas elas não havia alguém que levantasse a mão acenando negativamente à pergunta. Todos cometemos regularmente atos contrariando a ética, a moral e a lei criminal.

Só para lembrar, o Código Penal não faz distinção entre a quantia furtada. Um real e um milhão, formalmente, é a mesma coisa.

A questão reside em que grau nós desobedecemos a essas normas. Como disse o religioso gaúcho, somos “pequenos criminosos”. Dessa forma, somos infratores de delitos de pouca repercussão.

Nesta conjuntura, cabe a reflexão bíblica acerca da nossa condição frente ao pecado: quem não é pecador? Quem não erra? Se existir alguém imaculado, que atire a primeira pedra (Jo 8:7).

Nesse sentido, ficarmos esperando que os políticos vinguem a nossa cultura humana (não a brasileira) para a infração, seria algo, no mínimo, controverso, pra não dizer contraditório. A política reflete o que somos na sociedade, nosso padrão ético, aquilo que eu, tu, nós somos no dia-a-dia. Alguns são mais, outros menos éticos. Mas todos, sem dúvida, não somos integralmente éticos. Não observamos as normas estabelecidas.

O caixa-dois admitido na política partidária, nada mais é do que a realidade do caixa-dois em nossas empresas. A existência de dinheiro não declarado do Maluf no exterior é a sonegação que todos nós pensamos em fazer quando vamos declarar nosso imposto de renda. Lembremos que é corrente no país que, para cada real pago, outro é sonegado. Portanto, a sonegação faz parte da rotina de um sem número de cidadãos “honestos”.

A vida pública brasileira, parece, nunca esteve tão contaminada por casos de improbidade como atualmente: vereadores, deputados, senadores, prefeitos, servidores, juízes, secretários, ministros... Espantamos-nos com tantos casos envolvendo a malversação de recursos públicos. Mas nós não vemos que nós também damos pouco valor à coisa pública: nossas praças, ruas, escolas e praias. Como elas são maltratadas pelo cidadão honesto e pagador de impostos.

Diante dos problemas políticos que repercutem por demais na imprensa nacional, deveríamos também nos perguntar se não somos igualmente responsáveis pela manutenção dessa sociedade pouco ética. Isto porque igualmente somos pouco afeitos às regras de caráter ético.

Quando o adversário usa de expediente maldoso no esporte, nos mantemos em uma linha de comportamento ético ou vamos direto à canela do oponente?

Não pode haver duas regras e duas medidas.

Mas, enfim, o que queremos dizer é que, aceitando ou não, somos pessoas erráticas, que tropeçamos, que cometemos os mesmos erros que os nossos representantes no parlamento. Embora em menor grau.

E daí? Daí que ficarmos sempre esperando que eles tenham comportamento distinto do nosso seria algo controverso. E a tudo não podemos ser levianos. Não podemos criticar praticando os mesmos erros.

O que temos que mudar é o nosso padrão ético, os meios para atingir os fins particulares e coletivos. E isso é difícil. Porém, não impossível. Há duas décadas vigorava a famosa Lei de Gerson (sempre levar vantagem em tudo). Hoje, um pouco mais amadurecido, o povo já percebe que isso não funciona na busca do bem comum, de todos. Isso já mostra que nosso padrão ético mudou e pode continuar a mudar. Excelente estímulo para todos nós que perseguimos fazer o bem.

José Reus dos Santos
Advogado militante
Professor universitário
Leciona a disciplina de ética geral e profissional da UNIGUAÇU/FAESI
zeca@faesi.com.br Este endereço de e-mail está protegido contra SpamBots. Você precisa ter o JavaScript habilitado para vê-lo.