quarta-feira, 27 de maio de 2009

MAIS UMA...


Parlamentares questionam abrir embaixada do Brasil na Coreia do Norte

Parlamentares e especialistas em relações internacionais questionam a decisão do governo de abrir uma embaixada na Coréia do Norte, o país que voltou a ameaçar o mundo com suas armas nucleares.

Tanta pompa para celebrar o atraso. Na Coréia de Kim Jong Il, quem não marchar direito pode ir preso em um campo de trabalhos forçados. O próprio país já parece um grande campo de concentração. 24 milhões de pessoas vivendo no regime mais fechado do mundo, onde sobram fome, presos políticos e não há liberdades mínimas, diz a Human Rights Watch.

O ditador Kim Jong Il há um quarto de século comanda um país que herdou do pai. Caso único de dinastia comunista no planeta. E é neste país, que tem o regime mais fechado do mundo, que o Brasil está prestes a abrir uma embaixada.

"O Brasil, nesse momento exato, instalar uma embaixada dá a idéia que nós estamos apoiando essa atitude despropositada", afirma o Senador Heráclito Fortes (DEM/PI), da Comissão de Relações Exteriores.

A atitude a que o Senador de oposição se refere foi à realização de testes nucleares pelo país controlado pelo "querido líder" que é como Kim Jong Il exige ser chamado.

Foi por causa disso que o Itamaraty adiou a ida do embaixador do Brasil para Pyongyang, capital da Coréia do Norte. "O Brasil não pode ser complacente e está correto de não enviar o embaixador para lá agora e tem que avaliar se deve enviar no futuro", diz o Senador da Comissão de Relações Exteriores, Renato Casagrande (PSB/ES).

O Brasil estabeleceu relações diplomáticas com a Coréia do Norte em 2001, ainda no governo Fernando Henrique. Abrir a embaixada lá é o segundo passo. Coréia do Norte instalou sua embaixada no país há quase quatro anos. "O Brasil é um país que acredita no diálogo, o Brasil é um país que acredita no engajamento, acredita na conversação e na diplomacia como forma de resolver dificuldades, pendências, problemas potenciais, inclusive, de natureza bilateral", afirma o embaixador da Coréia do Norte, Roberto Jaguaribe.

Para o ex-embaixador do Brasil em Washington, Rubens Barbosa nem comércio justificaria a aproximação com a Coréia do Norte. No ano passado foram apenas US$ 381 milhões em negócios entre os dois países. As exportações brasileiras para a Coréia do Norte representaram apenas 0,1% das vendas brasileiras no exterior.

"Eu acho que certos gestos, que estão sento tomados na política externa atual, são meio gratuitos se não houver outros interesses. Porque como é que você vai se aproximar da Coréia do Norte quando ela está isolada, tem uma atitude de desafio a comunidade internacional", diz Rubens Barbosa .

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