quarta-feira, 19 de março de 2008

MINISTRO FALA COMO UM VERDADEIRO PROLETÁRIO "PROGREÇISTA"


FLAGRADA NA "DANÇA DA PIZZA", A DEPUTADA DANÇARINA PETISTA ÂNGELA GUADAGNIN TAMBÉM AFIRMOU, À ÉPOCA, DE QUE ESTVA SENDO ALVO DE PRECONCEITO POR SER GORDA...

O MINISTRO APRENDEU RAPIDINHO A NOMENKLATURA PROLETÁRIA, HEIN?



Hage diz que houve "preconceito" no caso da compra de tapioca com cartão corporativo

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília


O ministro Jorge Hage (Controladoria Geral da União) afirmou nesta quarta-feira, em depoimento à CPI mista (com deputados e senadores) dos Cartões Corporativos, que houve "preconceito" no episódio em que o ministro Orlando Silva (Esportes) usou o cartão para comprar uma tapioca em Brasília. Hage criticou a compra, mas disse que não haveria alarde sobre a tapioca se o ministro tivesse comprado outro produto, como um hamburger.

"Se tivesse sido um sanduíche do McDonald's, a compra de um hamburger [pronunciado pelo ministro com sotaque norte-americano], talvez não tivesse tanto apelo. Alguém ia denunciar?", questionou. Segundo Hage, os ministros estão autorizados a efetivar compras de alimentos com os cartões corporativos quando estão fora de Brasília.

A irregularidade, segundo ele, foi o fato da tapioca ter sido comprada na capital federal. "O problema da tapioca é que foi em Brasília. Se a tapioca fosse em São Paulo ou em Luziânia [cidade em Goiás nos arredores da capital federal], poderia. Se as autoridades nunca tivessem gasto um centavo com alimentação em Brasília, poderíamos achar que era algo inédito", disse.

Hage revelou à CPI que poderão surgir novas irregularidades no uso dos cartões corporativos por integrantes do governo federal no que diz respeito ao pagamento de despesas alimentícias. O ministro, no entanto, não quis adiantar as investigações em andamento na CGU.

"Sei que vamos encontrar algo muito além que uma tapioca de R$ 8 na rubrica de alimentos. A compra de alimentos em Brasília, seja tapioca, McDonald's, Piantella [restaurante freqüentado por políticos na capital federal] ou caviar, é a mesma coisa. Só estou afastando um comentário preconceituoso em relação à tapioca", disse.

O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) reagiu aos comentários do ministro sobre o preconceito em torno da tapioca. "Se preconceito houve, foi do próprio ministro [Orlando Silva], que disse que essa seria a CPI da tapioca. Ele usou jocosamente o termo", afirmou o tucano, autor do pedido de instalação da CPI.

Apesar das críticas ao uso do cartão com a tapioca, o ministro defendeu a compra de uma mesa de sinuca por um funcionário do Ministério das Comunicações. Francisco Medeiros Silva usou o cartão corporativo da pasta duas vezes na loja DF Sinuca no dia 4 de maio do ano passado, pagando R$ 800 e R$ 600 pela mesa de sinuca.

"Eu entendo como legítimo que o Ministério das Comunicações cuide do patrimônio público. Essa mesa é patrimônio público, usada como lazer para os motoristas no subsolo do ministério. Eu pessoalmente acho justo. Não foi nem compra, foi restauração", afirmou.

Estatais

O ministro disse ainda que o governo acompanha "à distância" os gastos de empresas estatais com os cartões corporativos. Hage explicou que, como as estatais utilizam cartões em moldes diferentes dos implantados na administração federal, o controle não é tão efetivo.

"As estatais não participam desse cartão, elas têm outros cartões próprios das estatais. O trabalho de acompanhamento que fazemos nas estatais é muito mais à distância do que fazemos nos órgãos públicos", afirmou.

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