Mudança de método faz alta do PIB de 2006 subir de 2,9% para 3,7%
Da RedaçãoEm São Paulo
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,7% em 2006 e somou R$ 2,322 trilhões depois das mudanças feitas pelo IBGE na metodologia de cálculo das riquezas nacionais. Na série antiga, a expansão da economia brasileira no ano passado havia sido de 2,9%. A mudança não altera a posição do Brasil no ranking das maiores economias do mundo, e o país continua no 10º lugar.
Muitos economistas estavam esperando um incremento em torno de 3,5% e o resultado também superou as expectativas do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que estimava uma variação entre 3,3% e 3,5%.
O PIB é a soma de todas as riquezas produzidas num país e revela a força de sua economia.
Na semana passada, o IBGE já havia apresentado a nova metodologia e a revisão do crescimento econômico de 2000 a 2005. O PIB de 2005, por exemplo, também aumentou pelas novas contas, indo de 2,3% para 2,9%.
Somente no último trimestre do ano passado, o PIB aumentou 4,8% em comparação com os mesmos três meses de 2005. A previsão antiga dava conta de aumento de 3,8%.
Entre julho e setembro, houve expansão de 4,5% frente aos 3,2% de antes da revisão. No segundo trimestre, o PIB subiu 1,5% (1,2% na série antiga). No primeiro trimestre, a expansão da economia brasileira foi de 4,1%, acima dos 3,3% calculados pela metodologia anterior.
As modificações no cálculo do PIB afetam especialmente o setor de serviços, como administração pública, serviços financeiros, serviços de informação e aluguéis.
O novo método trabalha com mais fontes de informação e leva em consideração 110 produtos (antes eram 80) e 56 atividades econômicas (contra 43 da metodologia passada). Segundo o IBGE, isso permite fazer um cálculo mais preciso.
O novo método para contabilizar o desempenho da economia brasileira passou ainda a utilizar como fontes de dados as pesquisas anuais setoriais da Indústria, Comércio e Construção Civil do IBGE e as receitas declaradas das empresas à Receita Federal.
As mudanças de metodologia tiveram como base o ano 2000, mas o IBGE refez a série do PIB de 1995 a 1999 a partir dessa base e incorporou as alterações.
PIB per capita
O PIB per capita (dividido pelos habitantes do país) cresceu 2,3% no ano passado e ficou em R$ 12.437, para uma população calculada em 186,7 milhões de habitantes.
O crescimento econômico de 2006 foi impulsionado principalmente pelo setor agropecuário, cuja produção aumentou 4,1%, embora também apresentaram desempenhos expressivos o setor de serviços (3,7%) e a indústria (2,8%).
A agropecuária se recuperou em 2006 após um fraco desempenho em 2005 (1%), provocado pela queda da colheita de alguns produtos e pelos efeitos causados após a confirmação de um foco de febre aftosa.
Entre os subsetores da indústria, o de melhor desempenho foi o da extração mineral, que registrou crescimento de 6%, devido ao aumento da extração de petróleo e gás (5,1%) e de minério de ferro (10,9%).
Também houve destaque para a construção civil, com crescimento de 4,6%.
No setor de serviços, destacou-se o crescimento dos subsetores de intermediação financeira (6,1%), de comércio (4,8%) e de transporte, armazenagem e correios (3,2%).
Outro destaque na alta do PIB, segundo o IBGE, foi o consumo das famílias, que subiu 4,3%, graças à expansão da renda real dos trabalhadores (5,6%).
Também tiveram peso importante o aumento de 4,6% nas exportações de bens e serviços, e a alta de 18,1% nas importações.
O que é o PIB
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos em um país durante certo período. Isso inclui do pãozinho até o apartamento de luxo.
O índice só considera os bens e serviços finais, de modo a não calcular a mesma coisa duas vezes. A matéria-prima usada na fabricação não é considerada. No caso de um pão, a farinha de trigo usada não entra na conta.Um carro de 2002 não é computado no PIB de 2006, pois o valor do bem já foi incluído no cálculo daquele outro ano.
O primeiro fator que influencia diretamente a variação do PIB é o consumo da população. Quanto mais as pessoas gastam, mais o PIB cresce. Se o consumo é menor, o PIB cai.
O consumo depende dos salários e dos juros. Se as pessoas ganham mais e pagam menos juros nas prestações, o consumo é maior e o PIB cresce. Com salário baixo e juro alto, o gasto pessoal cai e o PIB também. Por isso os juros atrapalham o crescimento do país.
Os investimentos das empresas também influenciam no PIB. Se as empresas crescem, compram máquinas, expandem atividades, contratam trabalhadores, elas movimentam a economia. Os juros altos também atrapalham aqui: os empresários não gastam tanto se tiverem de pagar muito pelos empréstimos para investir.
Os gastos do governo são outro fator que impulsiona o PIB. Quando faz obras, como a construção de uma estrada, são contratados operários e é gasto material de construção, o que ele eleva a produção geral da economia.
As exportações também fazem o PIB crescer, pois mais dinheiro entra no país e é gasto em investimentos e consumo. (Com informações de EFE, InfoMoney e Valor Online)
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