sexta-feira, 28 de março de 2008

OS "PROGREÇISTAS" ATACAM NOVAMENTE


MAIS UMA DOS "PROGREÇISTA": DEPOIS DA QUADRILHA DO MENSALÃO, AGORA SÃO ACUSADOS POR PROMOTOR DE CAIXA 2 COM DINHEIRO DE TRABALHADORES.


Promotor acusa cooperativa de ser caixa 2 do PT

Rosanne D'Agostino

O promotor José Carlos Blat enviou ofício nesta quinta-feira (27/3) à Procuradoria Regional Eleitoral para seja apurado crime eleitoral envolvendo a Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo), fundada pelo deputado federal Ricardo Berzoini (PT).

O promotor apresentou cheques e documentos de transações bancárias que, segundo ele, comprovam que a cooperativa foi criada para abastecer o caixa 2 das campanhas de 2002, mais especificamente entre 9 e 17 de outubro, e 2004 do PT (Partido dos Trabalhadores).
As supostas irregularidades são apuradas em inquérito policial que culminou, em junho de 2007, na quebra do seu sigilo bancário da cooperativa.

Os cooperados reclamam ter pagado por apartamentos dos quais não receberam as chaves e escrituras e de terem sido vítimas de pressão para cobrir um rombo financeiro na cooperativa.
Em nota, o deputado repudiou as acusações e disse que o PT não tem conhecimento das acusações e nem foi comunicado pelo Ministério Público.

“A Bancoop é uma cooperativa de fachada que se vale dessas empresas para enriquecer seus diretores e partidos políticos”, afirma o promotor, que adianta: “O inquérito está em andamento e pode virar uma ação penal em breve”.

Fachada

Segundo o promotor, o “esquema criminoso” se utilizaria da criação de empresas que trabalhavam exclusivamente para a Bancoop, entre elas a Mizu Empreendimentos e a Germany Comercial e Empreiteira de Obras, todas com dirigentes ligados à cooperativa e classificadas por Blat como “laranjas” para auxiliar as doações eleitorais.

Assim, afirma o promotor, se a Bancoop não pode fazer doação eleitoral por ser cooperativa, esta transferia valores às demais para que fizessem as doações. Ainda segundo Blat, a Mizu tem sede constituída em uma residência, onde nunca funcionou uma empresa, e superfaturava os serviços, visando enriquecimento ilícito.

Para comprovar as afirmações, ele juntou ao inquérito cheques de supostos pagamentos da Mizu à Bancoop, num valor total de R$ 195 mil. “Estas [Mizu e Germany] são credoras da Bancoop. Credor não faz pagamento a devedor”, contesta o promotor.
“Essa transação suspeita deve-se ao fato de que o caixa da Bancoop foi esgotado devido à má-gestão e ao pagamento a essas empresas, que, em tese, construiriam os condomínios prometidos e que não foram entregues”, relata Blat. “Em um dado momento, parte desses valores tiveram de ser devolvidos”, completa.

Mizu e Germany também não constam na Justiça eleitoral como doadoras de campanha, embora tenham assinado recibos de doação ao PT. A Mizu foi criada em setembro de 2002, um mês antes das eleições daquele ano.

Outra acusação é a de que a criação de um fundo de investimentos, chamado FDIC Bancoop, para captar recursos para a financiar o empreendimento, também pode ter tido fim eleitoreiro. Desta vez, com valores providos de fundos de pensão estatais. Naquela época, Berzoini era ministro da Previdência.

“Eram cerca de R$ 43 milhões depositados, dinheiro que praticamente desapareceu e que estamos apurando para onde foi”, revela Blat.
Procurado na época da quebra de sigilo, em julho do ano passado, João Vaccari Neto, presidente da Bancoop, disse que a cooperativa é regida pela Lei 5.764/71, Lei do Cooperativismo, por isso, os cooperados são co-responsáveis pelo negócio. “Não existe um investidor. Todos devem pagar o preço de custo referente à sua fração. Se alguns se sentem no direito de não arcar com o custo de seus imóveis, outros são prejudicados”, afirmou.

Última Instância tenta um novo contato com Vaccari para comentar a entrevista de Blat.Leia mais:Berzoini repudia acusações de usar Bancoop para fazer caixa 2 para o PT

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