sexta-feira, 17 de abril de 2009

LADO NEGRO


Jackson Lago diz que só sairá do Palácio dos Leões "pela força"

Daniela Paixão e Guilherme Balza
Do UOL Notícias
Em São Paulo

Eleito governador do Estado do Maranhão em 29 de outubro de 2006, Jackson Lago (PDT) teve a cassação do mandato mantida ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder durante as eleições. Nessa sexta-feira (17), Roseana Sarney (PMDB), segunda colocada no pleito, tomou posse como nova governadora.

Do Palácio dos Leões, sede do governo do Estado, Lago conversou por telefone com o UOL Notícias, pouco antes da posse de Roseana na Assembleia. Ele afirmou que não sairá do local até que a cassação do mandato seja julgada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) ou até que a Assembleia Legislativa do Maranhão realize eleições indiretas para substituí-lo.

"Daqui só sairemos pela força. Eu permanecerei no palácio até o STF julgar as ações que temos lá ou até a Assembleia Legislativa cumprir a Constituição do Maranhão, que repete a Constituição Nacional, que diz que, havendo vacância no cargo de governador na última metade do governo, a Assembleia deve fazer uma eleição indireta e escolher alguém para completar o mandato", disse Lago.

Acompanhado por cerca de 500 partidários, o governador cassado afirmou, no entanto, que, "se a Assembleia resolver dar posse a quem perdeu a eleição, eu permanecerei resistindo aqui no palácio".

"Esse processo mostra que as elites se entendem. A elite dominante no Maranhão, a oligarquia Sarney, está há quatro décadas, tanto faz se o regime é militar, civil, de direita, tipo o do Fernando Collor, ou rotulado de esquerda, tipo o do Lula, mostrando que o nosso país continua injusto e continua como resultado das decisões e dos acordos dessas elites."

O ex-governador afirmou que seus advogados recorreram nesta manhã ao STF para reverter a decisão do TSE e disse que irá respeitar a decisão do Supremo. "Essa é a última instância jurídica do país. E nós deveremos acatá-la."

Questionado se a sua permanência no palácio poderia acabar com manifestações de violência entre seus partidários e os que apoiam Roseana, Jackson afirmou: "Nós não temos armas, mas temos a força de nossas convicções e do respeito que temos que ter à vontade da maioria da população."

"Eu vou continuar aqui o quanto puder para que o estado reflita sobre essa realidade dura e o país olhe o Maranhão como uma unidade da federação e não o abandone à crueldade da oligarquia que empobreceu dois terços de nossa população, que está abaixo da linha da pobreza", disse.

http://noticias.uol.com.br/politica/2009/04/17/ult5773u1045.jhtm

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