quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

A oportunidade bate à porta

Bush deixou claro, por meio de seu subsecretário de Estado, Nicholas Burns, de que pretende, junto de Lula, formar os centros de lideranças das Américas.

Mas, para isso, não há lugar às "políticas fracassadas do passado, de nacionalizações e confronto", afirmou Burns. Traduzindo: sem a participação do coronel Hugo Chávez.
"Biocombustíveis poderiam se tornar o centro simbólico na relação entre Brasil e Estados Unidos", afirmou Burns, confiante de que os países podem fechar um acordo sobre o etanol ainda este ano.

Para que o "acordo" e os "centros de lideranças" sejam viáveis e interessantes para os dois países, nossa diplomacia vai ter de trabalhar direito. Se procederem como à época do problema entre Petrobrás e Evo Morales estamos ferrados! Chega de levar ferro, gente!

A oportunidade bate à nossa porta. Basta que o governo Lula faça uma escolha inteligente porque Chávez já fez a besteira dele, e nós a nossa na última eleição...



Leia a entrevista de Burns.

Nicholas Burns é o mais importante diplomata de carreira americano. Ocupa no momento o cargo de vice da secretária de Estado Condolezza Rice, responsável pela formulação de políticas.

O recado dele ao Brasil foi claro, e dado nos primeiros segundos de entrevista: "A parceria entre Brasil e Estados Unidos será a voz de liderança no hemisfério", declarou Burns.


“Não diria co-liderança", prosseguiu, "diria centros de liderança. Acho que podemos construir uma cooperação que fará a diferença em muitos assuntos. Na nossa visão, o hemisfério não está voltado para políticas fracassadas do passado, de nacionalizações e confronto".

Burns acha que países como Brasil, Chile e Argentina representam o lado positivo, com os quais os Estados Unidos querem trabalhar.

Chávez, na visão da diplomacia americana, ao lado do Irã, usa o petróleo como arma negativa.

"Chávez está diminuindo a democracia", afirmou Burns. "Mas ele não é o centro de nossa preocupação", acrescentou. "Nós somos uma potência global, frente a desafios extraordinários. Queremos ter uma agenda positiva. Chávez está levando seu país numa direção completamente oposta em relação à que a maior parte do mundo está indo. Bom, essa escolha é dele. Mas não vamos deixar isso nos desviar de ter uma boa relação com o Brasil”.

Nesse sentido, Burns acredita que Brasil e Estados Unidos possam fechar ainda este ano um acordo de cooperação na área de biocombustíveis, como o álcool etanol. “Biocombustíveis poderiam se tornar o centro simbólico da relação entre Brasil e Estados Unidos", afirmou Burns.

Apesar das disputas entre os dois países sobre tarifas e subsídios agrícolas, o diplomata americano diz que, juntos, Brasil e Estados Unidos já dominam 70% do mercado mundial de etanol, e devem chegar a um acordo de cooperação até o final do ano.

Burns tem ainda um agradecimento a fazer aos colegas diplomatas brasileiros: na crise internacional em torno do programa nuclear do Irã, os Estados Unidos acham que o Brasil adotou uma postura correta: sim à tecnologia nuclear para fins civis, não à bomba iraniana.

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http://jg.globo.com/JGlobo/0,19125,VTJ0-2742-20070206-265370,00.html

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